domingo, 18 de novembro de 2007

DINAMARCA

tEM a vaNTAGEM dA dISTÂNCIA: qUE pERMITE vER o qUADRO tODO. mUITO mAIS hAVERIA pARA dIZER e mOSTRAR; fICA o eSSENCIAL.
uM aNO aPÓS a vIAGEM, aQUI eSTÃO aLGUMAS iMAGENS.
as PESSOAS:

eU, o mADS, a kATJA, o pEDRO, o vITOR...


... e a cATARINA.


os LUGARES:

a sEREIA.

oPERA hOUSE - cOPENHAGA: uM lUGAR qUE sÓ sE tORNA iMPONENTE qUANDO lÁ ESTAMOS E veMOS a mAGNITUDE dE uMA cONSTRUÇÃO iNTEMPORAL

vER dE cIMA A cAPITAL: rECONHECER oS eSPAÇOS, aBSORVER O tODO.


pODIA cHAMAR-se aDDICTED cITY; dENTRO de cOPENHAGA, uM eSPAÇO: uMA aNTIGA bASE mILITAR qUE nOS aNOS 70 fOI tRANSFORMADA nA cIDADE da dROGA, do áLCOOL e do rOCK' n rOLL. a mÁXIMA, eSPALHADO eM cADA cANTO? "sAY nO tO hARD dRUGS".


aS SENSAÇÕES:

cAÍMOS lÁ dE cIMA: eM cINQUENTA mETROS sENTIMOS a aDRENALINA tODA, cOMO se A vIDA pUDESSE tER uM fIM e eSSE fIM fOSSE a gOSTO, dEVIDAMENTE eNRAIVECIDO. rEPETIRÍAMOS a pROVOCAÇÃO: sEM dúúúúúVIDA!


rESTA aGORA uM rASTO, uM mISTO DE sAUDADE e sUSPIROS cOM o cHEIRO dOS lUGARES, o sABOR do mAR do nORTE, de uMA cULTURA qUE nÃO é NOSSA da qUAL bEBEMOS aTÉ qUE a eSPUMA rEBENTASSE o oLHAR cOM qUE vEMOS o mUNDO eM nÓS; pARA nÓS.

Battles: Tonto

Absolutamente fantástico!

O um pelo outro


A propósito de comunicar.
A propósito de chegar a quem está do outro lado.
A propósito de emissores e receptores, canal e mensagem num meio que (também) somos nós. A propósito de tudo isto, estando incumbida de preparar uma acção de formação, descobri com mais detalhe Eugène Delacroix, grande pintor do romantismo francês, século XIX.
Delacroix, dizem, dramatizava os seus quadros; exagerava nas consequências dos cenários que o impeliam a pintar.

O exagero é a consequência do (des)contentamento, penso.

Mas a minha descoberta deste artista foi compulsada por uma frase que considero deliciosamente honesta. Diz Delacroix que «o homem é um animal sociável que detesta os seus semelhantes». Não é que seja algo de novo ou surpreendente; e, talvez por isso, me questione: porque é que se insiste em negá-lo? Porque é que todos nós teimamos em não perceber que somos mesmo assim?

Provavelmente, estará o leitor a pensar que sou instigadora de conflitos e/ou uma pessoa que detesta o seu semelhante. Não: não é de todo essa a minha natureza; antes pelo contrário.

Sou uma apaixonada pelo carácter, vigor e fragilidade humana. E precisamente por sê-lo é que acredito que nos devemos conhecer exactamente como somos. O problema de cada um de nós reside na falta de auto-conhecimento e na forma como encontramos sempre um motivo para nos desculparmos do que somos, sem nos olharmos de frente.

Paul Valéry – filósofo francês, escritor e poeta - dizia que os homens se distinguem por aquilo que mostram e assemelham-se por aquilo que escondem. É, de facto, mais fácil ocultar, negar; mais: renegar os nossos defeitos porque achamos que nos diminui. Mas a que é que isso nos leva, indago-me?

Na antiguidade grega, a máxima era a do culto pelo corpo e pela inteligência.
A perfeição residia, acreditavam eles, no equilíbrio entre estas duas vertentes. Não posso deixar de acrescentar mais uma: a que nos está mais próxima, aquela que nos é intrínseca – o Eu.

José Saramago retrata muito bem o âmago da humanidade quando se vê envolta numa situação trágica e inesperada. O cenário? «Ensaio sobre a cegueira». Uma forma sublime de mostrar ao que é que a humanidade chega, numa primeira instância no que respeita ao individualismo e, posteriormente, perante a desgraça, a miséria, o caos.
Por outro lado, temos o inconfundível Dostoievsky, com «Crime e Castigo», que penetra na essência da loucura individual quando já nada mais resta, a não ser o domínio dos pensamentos sobre o indivíduo.

O relacionamento humano é delicado, difícil e susceptível de ambiguidades, interpretações e dúvidas. A forma como lidamos connosco é também ela calcinada pela maré a que chamamos Os Outros.

Há dissemelhanças inegáveis entre homens e mulheres; há.
Há diferenças entre povos, sociedades e épocas; há.
Mas falar de tudo isto, desta forma, é generalizar o que não é generalizável.
E Delacroix, e Valéry generalizaram.
E eu gostei.
E fiquei presa ao pensamento que me talha também a vida.
E tudo isto veio a propósito de comunicar.
Porque tudo isto é comunicar.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

O culto pela imagem como fonte de transmissão de aparências e valores não é de agora. Alexandre Magno, o Grande (356 a.C a 323 a.C.), foi o primeiro homem a ter uma ideia visionária daquilo a que agora se chama Identidade Corporativa: cunhou moedas com o seu próprio rosto e, pelos sítios que conquistava, deixava a marca indelével com algo de que todos necessitavam - dinheiro.
Temos também o exemplo de todo o domínio romano e o tremendo culto pela boa condição física e pelas esculturas dos dirigentes do Império, que perpetuam ainda uma cultura no tempo. E actualmente, assistimos à proliferação em massa de publicidade e marketing a produtos – todo o tipo – que zelam não só por um corpo bonito e saudável, como por uma sensação ilusória de pertença, denominada falso valor de uso.
Perante estes exemplos que demonstram a transversalidade da temática apercebemo-nos com alguma facilidade da importância que a aparência representa, nas mais diversas vicissitudes. Imagem é acima de tudo a construção de uma identidade que se aplica a tudo o que se pretende transmitir para o exterior. Justo Villafañe, especialista em Comunicação Corporativa, aborda no livro «Imagem Positiva» toda uma temática inerente à gestão estratégica da imagem das empresas, entre as quais a gestão de crise. Para as grandes empresas multinacionais é já indispensável o denominado Gabinete de Comunicação: um conjunto de pessoas que se debruçam ao pormenor na forma - e no conteúdo - como são transmitidas todas as mensagens para o exterior e para o próprio público interno. É inegável o seu valor, não só pelo controlo que daí advém, como principalmente por nada ser feito ao acaso.
A este propósito, Albert Delpit, escritor e poeta, lança-nos o repto: «O mundo julga-nos, não pelo que somos, mas pelo que parecemos ser».
Toda esta construção da imagem, assume nos dias que correm contornos inimagináveis. Vejamos por exemplo o que está a acontecer com o Caso McCann. É a história mais mediática de sempre relativa ao desaparecimento de uma criança. Independentemente de estarem ou não envolvidos no desaparecimento da filha, há que admitir a sua extrema inteligência pela forma como, desde o início, lidaram com a Comunicação Social, revertendo-a sempre a seu favor e não deixando esquecer a história. Mas, no cuidado com que sempre se mostraram, algo começou a falhar. Subitamente a crise; a crise do chamado furo jornalístico face às dúvidas e provas recolhidas pela Polícia Judiciária. A Imagem ficou ferida e os pais da menina não hesitaram: têm actualmente quatro assessores de comunicação, um deles que deixou o gabinete do primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, para se dedicar ao caso.
Muito para além da culpabilidade ou não dos pais de Maddie, o que é que está aqui em causa? A Imagem. O julgamento popular. A reconstrução de um casal em risco de ser posto de parte pela opinião pública que, quando não é amigável, pode tornar-se cruel e acutilante.
Creio, pois, que não é demais referir que não é só em Nações, Impérios, Empresas e na Publicidade e Marketing que a construção da aparência dá de comer aos povos e públicos-alvo. Tudo é susceptível de ser aparentado. Não como reflexo do que somos, mas como meta do que queremos atingir. Na época que corre, tudo é Imagem: imagem e comunicação; imagem e construção.
in Empreender